ARTIGO DA SEMANA.
Por Rubens Coelho - rubensfcoelho@hotmail.com
A
humanidade vive hoje numa verdadeira encruzilhada entre viver cada vez
mais a comodidade oferecida pelos avanços científicos tecnológicos que criam produtos sofisticados que oferecem certas facilidades para seu dia a dia, carrões luxuosos vistosos, computadores de última geração, engenhocas das mais variadas formas, que usadas dão ao usuário a sensação de bem-estar e status.
Criou-se
até o termo “sonho de consumo” para definir o desejo muitas vezes
alucinante que as pessoas têm de adquiri-las, não só para usá-las, mas para se sentirem inseridas no ambiente social ao seu derredor, tão somente por uma questão de status. Existe
todo um aparato indutor do indivíduo para esse caminho, que termina
fatalmente no vazio, pois jamais, o satisfará plenamente, ou o fará por
pouco tempo.
Ainda
outro dia, vi pela televisão numa feira de automóveis, um grupo de
pessoas, especialmente de jovens diante do estande onde estava um carro
da marca Ferrari, elas olhavam
o veículo com o semblante de adoração, um desses expectadores ao ser
entrevistado, respondeu a repórter da TV, com os olhos marejando que em
muitas noites sonhou dirigindo um veículo daquele. Para o entrevistado a Ferrari transformou-se num tremendo fetiche.
É apenas um exemplo entre uma infinidade de casos onde a idolatria a objetos produzidos e comercializados impregna o imaginário das pessoas, criando-lhes falsas
expectativas e angustia. O pior, é que os tempos estão mudando, na
medida em que cresce a população mundial, hoje já são mais de sete
bilhões de habitantes na terra, o consumo também aumenta
extraordinariamente, as matérias primas mundiais escasseiam na mesma
proporção. Num futuro próximo, os carrões, os ipad; iped, e outras
geringonças do gênero, não mais poderão serem produzidas por falta de material para fabricá-las.
Essa aflição coletiva tem feito à busca de saídas quase sempre inócuas, tem enriquecido muita gente com
palestras e livros de autoajuda, verdadeiros estelionatos culturais,
intelectuais e psicológicos, pois raramente chega a raiz dos problemas que não são somente individuais, mas contextualizados
no sistema. É a encruzilhada a que chegou a humanidade, entre viver
numa sociedade extremamente materialista, soberba, de
apego aos bens de consumo ou voltar a simplicidade do que é
verdadeiramente necessário para cada um se satisfazer em sua
sobrevivência sossegada, em paz consigo e com os outros.
Ter saúde, uma família unida, tranquila, não faltar o alimento na mesa, ter uma casa razoável
para morar, dispor de alguns trocados para o seu lazer e da família,
poder admirar a natureza que é bela. E, o mais importante, uma vida
espiritual com Deus. Assim acontecendo, aí verdadeiramente teremos
qualidade de vida. O mais são acessórios que enfeitam, mas, se atentarmos bem muita vezes, inúteis!
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