Flagra
MAIS DE 2000 POLÍTICOS ELEITOS EM 2012 SÃO FLAGRADOS RECEBENDO 'BOLSA FAMÍLIA'.
Pela primeira vez, o ministério do
desenvolvimento social fez o cruzamento da folha de pagamentos do programa de
transferência de renda com a base de dados de uma eleição municipal do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
Essa verificação durou
aproximadamente um semestre.
Segundo a pasta, a iniciativa
visava evitar que “políticos eleitos empossados estivessem na condição de
beneficiários do Bolsa Família”.
Apesar de tentar vetar a prática,
o governo reconhece que houve pagamentos a políticos com cargo eletivo no
início do ano.
Todos os 2,1 mil políticos
flagrados pelo Ministério do Desenvolvimento Social foram obrigados a ressarcir
os cofres públicos, conforme informações do ministério.
De acordo
com o artigo 25 do decreto 5.209/04,
que regulamenta o Bolsa
Família, o beneficiário do programa perde o direito ao recebimento
quando ocorre “posse em cargo eletivo remunerado, de qualquer uma das três
esferas de governo”.
O
Ministério do Desenvolvimento Social não divulgou informações detalhadas sobre
o cancelamento de benefícios por cidade ou estado.
No início
do ano, surgiram vários casos de denúncias de vereadores eleitos recebendo o Bolsa
Família. Entre eles, estava o do vereador piauiense Sebastião Passos
de Sousa (PSB), conhecido como Cabelo Duro, da cidade de Luís Corrêa, distante
365 quilômetros de Teresina.
A família
dele foi incluída no programa desde junho de 2001, alegando ter renda per
capita de R$ 30. Ele recebia, junto com a esposa e mais quatro filhos, o valor
de R$ 198 ao mês do programa. Entretanto, a renda familiar de Cabelo Duro era
de aproximadamente R$ 3,1 mil. Ele responde a um processo de cassação na Câmara
de Vereadores de Luís Corrêa por improbidade administrativa.
No Maranhão, também foram
detectados casos em cidades como Coroatá, distante 247 quilômetros da capital e
em Fortaleza dos Nogueiras, a 661 quilômetros de São Luís.
Em Coroatá, a denúncia foi contra
o vereador Juscelino do Carmo Araújo (PT) que recebia o benefício mesmo tendo
um patrimônio declarado de R$ 320 mil à Justiça Eleitoral. Em Fortaleza dos
Nogueiras, a denúncia foi contra o vereador Edimar Dias (PSD).
Apesar
dos indícios de irregularidade, o ministério informou que não foram expedidas
notificações ao Ministério Público Federal (MPF) que ensejassem ações de
improbidade administrativa ou procedimentos criminais nestes casos flagrados no
início do ano.
O
político flagrado utilizando indevidamente o Bolsa
Família pode ser alvo de uma investigação criminal pelo MPF e
responder por improbidade administrativa ou peculato.
Este ano,
o MPF impetrou algumas ações contra políticos que recebiam Bolsa
Família mas de flagrantes de recebimento ilegal ocorrido em
anos anteriores.
O caso
mais notório ocorreu no Ceará. O vereador de Fortaleza,
Leonel Alencar (PTdoB) responde a uma ação no MPF por causa da sua
esposa, Adriana Lúcia Bezerra de Alencar, que teria recebido indevidamente o
benefício durante o ano de 2009.
Foram
oito saques quando a renda familiar do casal já ultrapassava R$ 10 mil,
somando-se a remuneração do vereador.
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