Justiça apura voto de eleitora morta há 11 anos
Carmem Mota Lusquinho “votou” no
último dia 7, em Nova Venécia (ES), como demonstra comprovante de
votação. Mas ela está enterrada desde outubro de 2001 no cemitério da
cidade.
A Corregedoria Eleitoral do Espírito Santo vai apurar a denúncia de
que uma mulher, morta há 11 anos, “votou” para prefeito nas eleições do
último dia 7 de outubro. O voto dela foi registrado na sessão 0162 na
Zona Eleitoral 0030, em Nova Venécia, município que fica a 250km de
Vitória, na região Noroeste do estado.
A informação sobre as providências foi dada pela assessoria de
comunicação do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES). O
desdobramento do fato poderá vir a ser uma investigação da Polícia
Federal, por se tratar possivelmente de um caso de falsificação do
título de eleitor 007666521473.
Carmem Mota Lusquinho foi enterrada no dia 17 de outubro de 2001, no
cemitério da cidade. Consta da certidão de óbito, expedida pelo Cartório
Romeu Cardoso, que Carmem morreu sem possuir título de eleitor.
O Espírito Santo foi o primeiro estado brasileiro a divulgar o nome
de um prefeito eleito nas últimas eleições municipais. Apenas 18 minutos
depois de encerradas as votações, soube-se da eleição de Ubaldo Martins
(PDT) para a Prefeitura de Bom Jesus do Norte. Agora, é provavelmente o
primeiro estado a ter, comprovadamente, um eleitor fantasma.
Das urnas mortuárias para as urnas eleitorais
De acordo com o que foi divulgado pelo site Gazeta do Norte,
de forma devidamente documentada, o nome de Carmem, que hoje estaria
com 53 anos, foi usado por alguém que votou no pleito em que Lubiana
Barrigueira (PSB) derrotou o atual prefeito Wilson Japonês (PP) e
conquistou o direito de governar o município de Nova Venécia a partir de
1º de janeiro de 2013.
Segundo a certidão de óbito, Carmem Mota Lusquinho era negra, dona de
casa, residia no bairro Bonfim e “vivia maritalmente” com Antonio
Correia, deixando órfão um único filho, então com 21 anos de idade. Ela
morreu no Hospital São Marcos, localizado no mesmo município. O laudo
médico diz que a morte ocorreu por causa indeterminada.
Ainda conforme a certidão, ela “faleceu sem testamento e não deixou
bens a inventariar”. O sepultamento da “eleitora fantasma” foi no
cemitério Bonfim.
No túmulo onde ela foi enterrada ainda permanece a cruz, feita em madeira, com o nome da falecida.
congressoemfoco
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