Saúde no blog
SANGRAMENTOS MENSTRUAIS EXCESSIVOS PODEM SER TRATADOS
COM UMA CIRURGIA
É a
chamada ablação endometrial histeroscópica, técnica que tem cobertura dos
convênios médicos e hoje está disponível também na rede pública de saúde. Mas o
procedimento só pode ser realizado em mulheres que já tenham filhos e cujo
tratamento com remédios não proporcionou resultado. Deve ser realizado sempre
em hospitais, porque, como se sabe, toda cirurgia tem risco, seja pela
anestesia, seja pelo ato cirúrgico em si.
por Bárbara
Murayama*
Chama-se
menstruação o sangramento fisiológico que ocorre em média a
cada 28 dias na mulher desde a puberdade, quando ela não fica
grávida. Tem início por volta dos 12 anos e termina com a
menopausa, ao redor dos 50. Em geral a menstruação dura três a
oito dias. Uma parte das mulheres, porém, apresenta sangramento
anormal às vezes abundante, o que as incomoda muito e ainda as
coloca sob o risco de desenvolver anemia.
Essas mulheres,
claro, devem consultar seu ginecologista. Sangramento aumentado
pode tão somente resultar da adaptação de um organismo
adolescente, ainda não totalmente formado, ou constituir-se em
informação à mulher madura de que está entrando na
menopausa. Mas pode também ser sinal de doenças endócrinas ou
da coagulação sanguínea; de pólipos uterinos, que são projeções
benignas do endométrio, camada interna do útero; de miomas, que
são tumores benignos; e até câncer endometrial. Todas essas doenças
têm tratamento específico com medicamentos ou cirurgia, a depender do
caso e dos sintomas.
Há várias formas
de tratar mulheres com sangramentos anormais de origem benigna, desde
comprimidos anti-inflamatórios até hormônios como pílulas
anticoncepcionais, que interferem no crescimento do endométrio e na
intensidade do fluxo, podendo até mesmo bloquear a menstruação. Toda
medicação pode ter efeitos colaterais e só deve ser usada sob orientação
médica. O tratamento hormonal, por exemplo, aumenta o risco de
infartos e derrames principalmente depois dos 40 anos.
Nas mulheres em
que foi descartada uma causa específica para o sangramento, mas têm a
qualidade de vida comprometida e correm o risco de desenvolver anemia por
conta da menstruação abundante, pode-se fazer a ablação endometrial
histeroscópica.
Ablação é a
retirada do endométrio. Já histeroscópio é um equipamento que
permite visualizar o interior do útero tanto para diagnosticar
doenças como para tratá-las com cirurgia. Ablação endometrial é, pois, a
retirada do endométrio por cirurgia com o objetivo de eliminar os incômodos sangramentos
anormais benignos.
O
procedimento, que dura por volta de 40 minutos, é feito
em hospital com anestesia geral ou raquidiana, na maioria dos
casos em apenas um dia de internação.Tem cobertura dos planos de
saúde e está disponível também no serviço público. A mulher fica
em posição ginecológica e anestesiada. Então se introduz
o equipamento pela vagina e se chega à região interna do útero
pelos orifícios naturais da mulher. O histeroscópio permite ao
mesmo tempo ver, cortar e retirar o endométrio, cauterizando os tecidos para
estancar o sangramento.
Toda cirurgia,
como se sabe, tem risco, seja pela anestesia, seja pelo
ato cirúrgico em si. Por isso, para realizar a ablação a mulher
precisa passar antes por uma avaliação médica completa. Com o
procedimento, ela não menstrua mais ou menstrua muito pouco até
chegar à menopausa. Mas é preciso lembrar que a ablação não é um
método anticoncepcional e só pode ser realizada em mulheres que já
têm filhos. O fundamental é que, com a retirada do endométrio, sua
qualidade de vida melhora consideravelmente.
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