PMDB x PT
“Os caras querem tudo”, esbravejou Henrique
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Deputado Henrique Alves do PMDB |
Deu no Correio Braziliense
Desde que se tornaram aliados, as relações entre PT e PMDB nunca estiveram em estado tão deteriorado como agora, faltando 41 dias para a posse e 26 para a diplomação da presidente eleita, Dilma Rousseff.
Os personagens dessa crise — recorrente no mundo político — são dois líderes governistas: os deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O pano de fundo é a disputa pela Presidência da Câmara.
Por trás disso, está a briga real entre os dois partidos: qual prevalecerá na Esplanada dos Ministérios com as pastas mais atraentes financeiramente.
Os petistas atribuem o desgaste à movimentação antecipada de Alves para formar um bloco com 202 deputados sob o pretexto de fortalecer sua empreitada de olho na Presidência da Câmara.
O peemedebista reuniu PR, PTB, PP e PSC em torno de sua intenção de disputar o cargo, em fevereiro do ano que vem. Essa jogada, no entanto, é vista pelo PT e por aliados como uma tentativa de fortalecer essas siglas na negociação sobre o futuro ministério de Dilma.
“Não podemos dar corda para a turma do PMDB da Câmara”, disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Os peemedebistas rebatem, dizendo que a corrosão da relação deve-se à incapacidade de o PT dividir o bolo administrativo e almejar todos os cargos importantes da República e da Esplanada.
Os petistas pretendem desalojar o partido do vice-presidente eleito, Michel Temer, da Saúde e das Comunicações, e ainda tomar o Ministério das Cidades do PP e, se conseguir, levar os Transportes, hoje com o PR.
“Os caras querem tudo”, esbravejou Alves a amigos.
A desconfiança petista chegou a Temer. Parlamentares dizem que Henrique Eduardo Alves não faria a movimentação sem avisar o correligionário e amigo de longa data. Dilma escalou Dutra para evitar que as negociações na Câmara contaminem o governo logo no primeiro momento e enquadrou Temer para ele acabar com o blocão.
Primeira Secretaria
Em reunião com senadores do PT, o presidente da legenda pediu que não seja elaborado um movimento na Casa para se contrapor a Alves. Ainda desencorajou os senadores a tentar chegar à Presidência do Senado e se “contentarem” com a Primeira Secretaria.
O recado dado foi o seguinte: não entrar no jogo de Alves para não criar confusão para a presidente eleita. Mas como em política um acordo sempre vem acompanhado de ameaça, os senadores petistas prometem montar o bloco e buscar a cadeira mais alta da Mesa Diretora caso Alves não desista.
Temer, que ouviu de Dilma que ele precisa atuar como vice-presidente, e não como comandante do PMDB, tentou, sem sucesso, apaziguar os ânimos entre Alves e Vaccarezza e começou a minimizar os efeitos do blocão.
“O que houve foi uma intenção, uma espécie de protocolo de intenções”, afirmou o vice. Vaccarezza também tenta forçar a situação para que o PT eleja o presidente da Casa no ano que vem por recear perder influência.
O mais curioso é que Vaccarezza só atingiu o status de liderança na Câmara graças a Alves.
Os dois juntaram forças para tocar a Câmara quando a liderança do governo estava sem representatividade.
Agora, os dois se digladiam.
Desde que se tornaram aliados, as relações entre PT e PMDB nunca estiveram em estado tão deteriorado como agora, faltando 41 dias para a posse e 26 para a diplomação da presidente eleita, Dilma Rousseff.
Os personagens dessa crise — recorrente no mundo político — são dois líderes governistas: os deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O pano de fundo é a disputa pela Presidência da Câmara.
Por trás disso, está a briga real entre os dois partidos: qual prevalecerá na Esplanada dos Ministérios com as pastas mais atraentes financeiramente.
Os petistas atribuem o desgaste à movimentação antecipada de Alves para formar um bloco com 202 deputados sob o pretexto de fortalecer sua empreitada de olho na Presidência da Câmara.
O peemedebista reuniu PR, PTB, PP e PSC em torno de sua intenção de disputar o cargo, em fevereiro do ano que vem. Essa jogada, no entanto, é vista pelo PT e por aliados como uma tentativa de fortalecer essas siglas na negociação sobre o futuro ministério de Dilma.
“Não podemos dar corda para a turma do PMDB da Câmara”, disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Os peemedebistas rebatem, dizendo que a corrosão da relação deve-se à incapacidade de o PT dividir o bolo administrativo e almejar todos os cargos importantes da República e da Esplanada.
Os petistas pretendem desalojar o partido do vice-presidente eleito, Michel Temer, da Saúde e das Comunicações, e ainda tomar o Ministério das Cidades do PP e, se conseguir, levar os Transportes, hoje com o PR.
“Os caras querem tudo”, esbravejou Alves a amigos.
A desconfiança petista chegou a Temer. Parlamentares dizem que Henrique Eduardo Alves não faria a movimentação sem avisar o correligionário e amigo de longa data. Dilma escalou Dutra para evitar que as negociações na Câmara contaminem o governo logo no primeiro momento e enquadrou Temer para ele acabar com o blocão.
Primeira Secretaria
Em reunião com senadores do PT, o presidente da legenda pediu que não seja elaborado um movimento na Casa para se contrapor a Alves. Ainda desencorajou os senadores a tentar chegar à Presidência do Senado e se “contentarem” com a Primeira Secretaria.
O recado dado foi o seguinte: não entrar no jogo de Alves para não criar confusão para a presidente eleita. Mas como em política um acordo sempre vem acompanhado de ameaça, os senadores petistas prometem montar o bloco e buscar a cadeira mais alta da Mesa Diretora caso Alves não desista.
Temer, que ouviu de Dilma que ele precisa atuar como vice-presidente, e não como comandante do PMDB, tentou, sem sucesso, apaziguar os ânimos entre Alves e Vaccarezza e começou a minimizar os efeitos do blocão.
“O que houve foi uma intenção, uma espécie de protocolo de intenções”, afirmou o vice. Vaccarezza também tenta forçar a situação para que o PT eleja o presidente da Casa no ano que vem por recear perder influência.
O mais curioso é que Vaccarezza só atingiu o status de liderança na Câmara graças a Alves.
Os dois juntaram forças para tocar a Câmara quando a liderança do governo estava sem representatividade.
Agora, os dois se digladiam.
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